As tonalidades do ouro. Descubra o que existe para além do ouro branco e amarelo.

As tonalidades do ouro. Descubra o que existe para além do ouro branco e amarelo.


01/03/2020


4 minutos de leitura

Se você já nos acompanha por aqui, provavelmente leu o texto “Ouro é tudo igual?” e já sabe que suas joias não são feitas de ouro puro (24k). Ou seja, que ele é misturado com outros metais resultando em uma liga metálica. Se você não leu, recomendo que vá lá e volte rapidinho. É uma leitura rápida que te dará uma base muito legal sobre a quilatagem do ouro (24k, 18k, 14k, 10k), que é o coração da nossa conversa de hoje. As cores do ouro têm uma relação direta com os tipos e quantidades de metais que, reunidos ao ouro puro, compõem o metal final da sua joia. Felizmente o ouro amarelo não reina sozinho na joalheria. Mas, como é um clássico, vamos começar por ele.
 
O ouro amarelo 18k, quilatagem mais usada na joalheria, é composto por 75% de ouro puro e 25% da mistura de prata com cobre. Se você colocar mais prata na composição, o resultado é um tom amarelo esverdeado. Na medida em que você vai diminuindo a prata e aumentando o cobre, o tom passa para um amarelo mais claro até chegar em um amarelo mais avermelhado. Quando a intensidade do cobre aumenta, começamos a chegar nos tons de ouro rosa (ainda com a presença da prata) e ouro vermelho (normalmente conseguido apenas com a mistura do ouro e cobre).
 
Já ouro branco é obtido a partir da mistura de 75% de ouro puro (24 quilates) com 25% de ligas brancas, como a prata e o paládio. Interessante dizer que o resultado dessa mistura é um ouro acinzentado. Para conseguir aquele efeito branquinho é dado um banho de ródio, um outro metal que adere ao ouro e confere o brilho típico do ouro branco.

O resultado do metal claro também é conseguido quando se usa apenas a platina, um metal trabalhado no seu estado puro, sem ser misturado a outros metais. Entretanto, por ser muito duro para se utilizar na joalheria (e também mais escasso e, portanto, às vezes mais caro que o ouro), o mais comum é a opção da liga do ouro com outros metais para compor o conhecido ouro branco, como já descrito.

E o efeito do ouro negro? Ele pode ser conseguido de duas formas. Primeiro por uma liga metálica específica: quando se une o ouro com a prata e um metal escuro que pode ser o ferro ou o aço. Mas, o que mais vemos na joalheria é o ouro branco recebendo um banho de ródio negro, a segunda alternativa para dar esse resultado.
 
Para finalizar, as cores menos conhecidas: ouro verde, azul e violeta. Sim! Temos praticamente um arco-íris de possibilidades! Veja: se misturado apenas o ouro com a prata, excluindo o cobre, temos o ouro verde. Ele também pode aparecer quando a mistura é da prata com o cobre e um pouco de cádmio. Já o ouro azul aparece com a mistura da prata com o zinco. E o violeta se o ouro for misturado direto com a platina. São tons pouquíssimo usados, mas muito interessantes, concorda?
 
Você já deve ter percebido que os tons de ouro podem ter uma variação ainda maior do que as descritas. Afinal, tudo depende da composição de quais metais (e em quais quantidades) usar nos 25% da liga do ouro 18k. Dessas variações podem surgir ainda os tons “champanhe”, por exemplo, que vêm ganhando um espaço importante no mercado, movimento já consolidado pelo ouro rosa.
 
Fato é que as possibilidades são muitas e hoje parte da diversão é misturar joias de tons diversos, usando a criatividade para fazer composições inusitadas. Uma verdadeira aula de química para nos mostrar que a beleza do ouro pode ser ainda maior quando nos abrimos para a possiblidade de usar suas tonalidades diferentes. Fica aqui o convite.
  
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Carol Marinheiro é publicitária, estudiosa do setor e produtora de conteúdo de joias por puro impulso de compartilhar sua paixão.
Instagram: @carolmarinheiro



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